Tumores cerebrais: a importância da assistência integral no tratamento dessa doença

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Os tumores cerebrais são um grupo heterogêneo de neoplasias que surgem primariamente de diferentes células do sistema nervoso central (SNC) ou de tumores primários de outras localizações do corpo que metastatizam para o SNC, chamados de tumores secundários. Os sítios primários com maior probabilidade de metastatizar para o SNC compreendem o câncer de mama, o melanoma e câncer de pulmão.

Os tumores cerebrais primários incluem vários tipos histológicos com taxas de crescimento tumoral diferentes. Os meningiomas e tumores gliais (glioblastoma, astrocitoma, oligodendroglioma, por exemplo) correspondem a aproximadamente dois terços de todos os tumores cerebrais primários em adultos. A maioria dos tumores cerebrais primários em adultos é esporádica, sem fatores de risco identificáveis. Já na população pediátrica, os tumores malignos primários SNC são as segundas neoplasias malignas mais comuns, depois das neoplasias hematológicas, e incluem os gliomas, meduloblastoma, ependimoma, tumores de células germinativas, entre outros.

De uma forma geral, os pacientes com tumores cerebrais podem ser assintomáticos ou apresentar sinais e sintomas generalizados e/ou focais. Quando presentes, as manifestações clínicas são decorrentes geralmente de infiltração tumoral cerebral local, podendo ou não causar um efeito de massa, o que, muitas vezes, resulta em aumento da pressão intracraniana. É bem verdade que os sinais e sintomas estão intimamente relacionados com a função das áreas envolvidas do cérebro. As principais manifestações clínicas que os pacientes com tumor cerebral podem desenvolver são: cefaleia (dor de cabeça), náusea, vômito, crise convulsivas, déficits focais (como fraqueza, perda sensorial, alteração da fala, alteração visual), déficit cognitivo (como problemas de memória e alterações de humor ou personalidade) e alterações endocrinológicas.

Dentro desse contexto, a avaliação adequada do paciente com suspeita de tumor cerebral requer uma história detalhada, exame neurológico abrangente e estudos de neuroimagem diagnósticos, sendo a ressonância magnética o exame mais apropriado.

O diagnóstico assertivo de um tumor cerebral é dado através da análise histopatológico e molecular. Para tal, uma amostra de tecido apropriada é necessária e pode ser obtido por biópsia estereotáxica ou cirurgia aberta.

A base do tratamento em tumores do SNC requer uma abordagem multimodal, que inclui cirurgia, radioterapia e terapia sistêmica (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia). O tipo de protocolo de tratamento dependerá de características do tumor, sua localização e condições clínicas dos pacientes. É importante destacar que sobrevida de muitos pacientes com tumores cerebrais melhorou, em parte devido aos avanços nas técnicas de diagnóstico e classificação histológica de tumores, mas, principalmente, em decorrência das melhorias nas técnicas de neurocirurgia, radioterapia e a utilização de novas medicações.

Assim, uma grande preocupação que se tem hoje em dia é com a qualidade de vida dos pacientes com diagnóstico de tumores do SNC. Sabe-se que muitos deles apresentam complicações neurológicas, cognitivas, psicológicas e endócrinas devido aos danos causados pelo próprio tumor e seu tratamento (cirurgia, radiação e/ou terapia sistêmica). Portanto, tratamentos de qualidade e precisos, além de possibilitar oferecer as melhores chances de controle tumoral e, até mesmo, a cura, podem impactar sobremaneira na qualidade de vida dos pacientes. Assistência integral, composta por avaliação médica, diagnóstico agilizado e tratamento de excelência são as chaves para se atingir os melhores resultados nos cuidados da doença e do doente.

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