O Março Azul e o alerta para os riscos do câncer colorretal
Médicos trazem orientações sobre esse tipo de tumor, que pode ser evitado com o rastreamento adequado
Dr Hugo Gonçalo GuedesDr Lucas Santana Nova da CostaDr Matheus Cavalcante Franco
04/03/2022 · 1 min de leitura
O câncer colorretal é o terceiro tumor mais letal do país. No ano de 2020, cerca de 50 mil pessoas receberam o diagnóstico de tumor no cólon ou reto no Brasil, além de terem ocorrido quase 20 mil óbitos por causa dessa doença. A cada 100 mil brasileiros, 20 terão este diagnóstico ao longo da vida, sendo que os riscos aumentam para homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham histórico familiar oncológico. Ainda mais preocupante é o fato de que 85% dos casos são diagnosticados já em fase avançada, quando a chance de cura é limitada.
O câncer colorretal evolui a partir de pequenas lesões benignas, os chamados pólipos, que crescem lentamente e resultam em um tipo de neoplasia com elevada mortalidade, se descoberto na fase tardia. Contudo, se a lesão for diagnosticada e tratada na fase inicial, há grande probabilidade de cura.
Os sintomas vão depender do tamanho e localização das lesões, podendo ocorrer sangue nas fezes, fraqueza, anemia, alterações no hábito intestinal, perda de peso sem causa aparente e dor abdominal. A doença pode evoluir sem sintomas na fase inicial, por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais.
Por apresentar poucos sinais em estágios iniciais, o câncer colorretal deve ser rastreado periodicamente em homens e mulheres, a partir dos 50 anos de idade. Essa investigação acontece, basicamente, por meio da realização de dois exames, que podem ser decisivos para salvar a vida do paciente: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. A colonoscopia é feita sob sedação, sem nenhum desconforto para o paciente, dura cerca de 20 minutos e pode ser realizada em rotinas de check-up.
Pandemia derruba demanda por exames
O cenário se tornou mais crítico com a pandemia de COVID-19. Em 2020, o número de exames de sangue oculto nas fezes caiu 23% em relação a ano anterior. Em números absolutos, foram realizados aproximadamente 350 mil exames a menos. O impacto dessa redução foi mais sensível no estado que, historicamente, ocupa o primeiro lugar em quantidade desse tipo de exame: Minas Gerais, que deixou de realizar pelo menos 41.562 rastreios. Na sequência, aparecem Sergipe (menos 1.782), Rio Grande do Norte (1.091), Amazonas (1.043) e Rio de Janeiro (762).
Já a colonoscopia, exame indicado aos pacientes em que existe uma suspeita diagnóstica, apresentou uma queda percentual ainda mais significativa no ano da pandemia. Foram menos 106.030 procedimentos, em relação a 2019 – uma redução de 31%. Os estados com os maiores declínios foram: São Paulo, com 35.511 colonoscopias a menos; Rio de Janeiro, menos 8.762; Minas Gerais, 8.339; e Rio Grande do Sul, 7.392.
A SOBED atua para que o Março Azul seja oficializado
Baseado nesse importante movimento de conscientização, surge a campanha do “Março Azul-Marinho” ou simplesmente “Março Azul”, o mês de conscientização e prevenção ao câncer colorretal. Para incluir a data no calendário oficial das comemorações relacionadas à saúde no país, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) atua junto ao Congresso Nacional e ao Governo Federal para que estabeleçam o mês de março como um marco de conscientização sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, vinculando a ele a cor azul. Atualmente, o Projeto de Lei nº 5024/2019 foi chancelado pela Câmara dos Deputados, e aprovado no Senado em fevereiro de 2022.
O Hospital Sírio-Libanês é referência nacional na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer colorretal
Como instituição centenária e com um dos pilares voltados ao cuidado integral ao paciente, o Hospital Sírio-Libanês desponta com ampla rede nacional de atendimentos de alta tecnologia. Atualmente o Hospital Sírio-Libanês oferece em suas unidades de São Paulo e Brasília exames de colonoscopia utilizando os aparelhos mais modernos disponíveis nas américas. No âmbito terapêutico, hoje é possível a realização de verdadeiras microcirurgias por colonoscopia, permitindo a retirada de tumores precoces, independente do seu tamanho e localização, não precisando ressecar um segmento do intestino grosso, se diagnosticado precocemente. Tudo isso somado a um corpo clínico de alto nível de capacitação, com boa parte de seus membros atuando diretamente nas respectivas sociedades nacionais no combate ao câncer colorretal e no reconhecimento nacional do Março Azul. Façam seus exames de rastreamento e ajudem a divulgar essa ideia!