Carcinoma Basocelular: Saiba mais
Sírio-Libanês
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O que é?
O carcinoma basocelular se origina nas células basais, que se situam na região mais profunda da epiderme, ou nos apêndices cutâneos, como pelos e glândulas sebáceas ou sudoríparas. Em geral, desenvolve-se em áreas expostas ao sol, especialmente na região da cabeça e pescoço. É o tipo mais comum de câncer de pele - cerca de 80% dos casos –, porém o menos agressivo. Normalmente tem crescimento lento e raramente se dissemina para outras partes do corpo, por isso apresenta altos percentuais de cura, se diagnosticado precocemente.
Sintomas
O carcinoma basocelular apresenta sinais visíveis na pele. São eles variação na cor e no tamanho de pintas e sinais preexistentes; protuberância de cor rósea brilhante, avermelhada, branco perolado ou transparente; áreas avermelhadas, em relevo ou irritadas, que podem descascar, arder ou coçar; lesões róseas com borda elevada e parte central com crostas; cicatrizes com área branca, amarela ou cerosa, e bordas mal definidas; feridas que ficam abertas por mais de quatro semanas e demoram a cicatrizar. Quando as lesões se tornam muito grandes, é comum haver coceira, sangramento e dor intensa. Podem aparecer ainda nódulos escuros ou pontilhados de pigmentos, algumas cicatrizes superficiais e placas avermelhadas que descamam, mas esses sintomas são menos frequentes.
O importante é que qualquer lesão de difícil cicatrização, que sangra ou coça, mesmo que cresça lentamente, seja examinada por um médico especialista.
Diagnóstico
Após analisar o histórico clínico e familiar do paciente, é necessário realizar o exame físico, no qual serão avaliados o tamanho, a forma, a cor e a textura das lesões na pele e verificada a ocorrência de sangramento ou descamação. Para observar melhor a lesão, o médico pode utilizar o dermatoscópio, uma lente de aumento especial com fonte de luz própria.
Também devem ser palpados os gânglios linfáticos da virilha, axilas, pescoço e próximos da área da lesão, já que o aumento desses gânglios pode indicar que o carcinoma basocelular já está em disseminação. Em caso de suspeita de câncer, é realizada uma biópsia da lesão, para confirmar o diagnóstico.
Prevenção
A exposição direta ao sol é o principal fator de risco para o carcinoma basocelular, que se manifesta em áreas do corpo submetidas à radiação ultravioleta, como o rosto, a cabeça, o pescoço, as orelhas, as costas e o peito. Por isso, pessoas de pele clara, que possuem menos melanina e, portanto, menos proteção contra as radiações UV, são as mais vulneráveis, com duas a três vezes mais chances de desenvolver a doença.
A maioria dos carcinomas basocelulares se desenvolve após os 40 anos de idade, provavelmente em razão da exposição ao sol acumulada ao longo do tempo. Porém, atualmente tem sido mais frequente o diagnóstico em pessoas mais jovens.
A exposição a determinados agentes químicos aumenta o risco de desenvolver esse tipo de câncer. O arsênico, encontrado em águas de poço, pesticidas e em locais de mineração e fundição, é um deles. Outros são o alcatrão, o carvão, a parafina e certos tipos de óleo, utilizados em indústrias. Pessoas que fizeram tratamento radioterápico também apresentam maior risco, em especial crianças que foram submetidas a radioterapia.
Pessoas que tiveram um caso anterior de câncer de pele e apresentam cicatrizes de queimaduras e de infecções ósseas ou pele danificada por alguma doença inflamatória também são mais suscetíveis ao carcinoma basocelular, assim como os portadores da síndrome de Gorlin, uma condição rara hereditária que provoca alterações na mandíbula, nos olhos e em tecidos nervosos.
Outra condição que aumenta o risco é o enfraquecimento do sistema imunológico, causado, por exemplo, pelo tratamento com medicamentos supressores em pacientes transplantados e com doses elevadas de corticosteróides e pela infecção com o vírus HIV, que causa a Aids. O tabagismo também torna as pessoas mais propensas a desenvolver o carcinoma basocelular, especialmente nos lábios.
Algumas medidas podem ajudar a prevenir o surgimento do carcinoma basocelular. A principal delas é proteger-se da radiação ultravioleta, limitando a exposição prolongada à luz direta do sol, em especial entre às 10 h e 16 h, quando os raios UV são mais intensos. Isso pode ser feito com ações como permanecer na sombra, vestir roupas adequadas se tiver que expor-se ao sol (blusas de mangas compridas, calças compridas ou saias longas oferecem mais proteção, de preferência de cores escuras e tecidos firmes), utilizar chapéu com aba de tecido mais grosso, passar protetores solares e labiais com fatores de proteção solar (FPS) 30 ou mais e reaplicar continuamente e usar óculos de sol com capacidade de bloquear a radiação UV. Os mesmos cuidados devem ser tomados com as crianças, que costumam ficar mais tempo expostas ao sol.
Como os raios UV das câmaras de bronzeamento artificial também são nocivos, recomenda-se evitar esse tipo de exposição e o uso de lâmpadas ultravioletas. No Brasil, desde 20009 é proibida a utilização de câmaras de bronzeamento artificial. Também se deve evitar o contato com produtos químicos que aumentam o risco de desenvolver câncer de pele.
Para facilitar a detecção precoce do carcinoma basocelular e outros tipos de câncer de pele, que aumenta as chances de cura, recomenda-se fazer regularmente o autoexame da pele, em frente a um espelho numa sala iluminada. É importante conhecer o padrão de pintas, manchas, sardas e outras marcas na pele para que seja possível identificar novas marcas ou alterações nas já existentes. O corpo todo deve ser examinado, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, couro cabeludo, orelhas, unhas e as costas. O médico deve ser consultado em caso de qualquer mudança no padrão da pele e também na presença dos sintomas descritos anteriormente.
Tratamento
Os tratamentos mais utilizados para o carcinoma basocelular são cirurgia, terapia local, quimioterapia, radioterapia e terapia alvo. A opção depende do tamanho e da localização do tumor. Por exemplo, carcinomas de pequena extensão podem ser tratados com medicamento tópico ou radioterapia; tumores maiores em geral exigem uma combinação de cirurgia, para a retirada da lesão e do tecido ao redor como margem de segurança, e a radioterapia. Outros recursos utilizados são a criocirurgia com nitrogênio líquido, a laserterapia, a curetagem e a eletrocoagulação.