Apesar de incomum, doença de Parkinson pode afetar jovens

A doença de Parkinson afeta geralmente pessoas com mais de 60 anos de idade, embora também possa acometer jovens, como o ator canadense Michael J. Fox - o Marty McFly da trilogia "De Volta Para o Futuro". Ele se descobriu com a doença aos 30 anos e, assim como outros jovens diagnosticados com Parkinson, segue tratamento para minimizar os efeitos da doença.

Descrita pelo médico inglês James Parkinson, em 1817, a doença de Parkinson ocorre por degeneração progressiva de áreas específicas do sistema nervoso, cuja causa exata ainda é desconhecida. Ela surge quando as células nervosas da base do cérebro que produzem dopamina, um neurotransmissor, são destruídas lenta e progressivamente. Com a perda desse grupo de células, a coordenação motora fica prejudicada.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem doença de Parkinson. No Brasil, a estimativa é de aproximadamente 200 mil pessoas com a doença. Nos Estados Unidos, onde existem dados por faixa etária, a doença de Parkinson afeta até 2% das pessoas com mais de 70 anos, mas vai se tornando rara conforme a diminuição da idade. Dos 40 aos 50 anos, a doença está presente em 0,05% da população e, abaixo dos 40 anos, em apenas 0,005%. Isso significa menos de 16 mil pessoas em um país com cerca de 319 milhões de habitantes.

Para o dr. Tarso Adoni, neurologista no Hospital Sírio-Libanês, o maior desafio das pessoas com doença de Parkinson precoce é lidar com os aspectos sociais relacionados a essa afecção. "A doença de Parkinson traz limitações físicas e pode afetar pessoas que estão no auge profissional ou começando a constituir família", comenta o médico.

Sinais da doença de Parkinson

Aproximadamente 10% das pessoas com doença de Parkinson relatam sinais antes dos 40 anos de idade, mas geralmente são iguais aos identificados nos idosos, como:

  • Tremor - habitualmente em repouso, iniciando-se em uma das mãos.
  • Rigidez muscular.
  • Lentidão dos movimentos.
  • Instabilidade postural.

Nos mais jovens, a doença de Parkinson pode ter uma velocidade mais lenta de progressão, segundo o dr. Adoni. No entanto, diante de qualquer um desses sintomas motores, devemos procurar ajuda médica, independentemente de qual seja a idade da pessoa.

Algumas manifestações fora do sistema motor também podem ocorrer com maior frequência nas pessoas com doença de Parkinson, tais como:

  • Constipação intestinal (prisão de ventre).
  • Perda do olfato.
  • Depressão.
  • Diminuição ou alterações na qualidade do sono.

Diagnóstico e tratamento da doença de Parkinson

O diagnóstico da doença de Parkinson se baseia na análise das queixas do paciente e por exames neurológicos feitos pelo médico. Exames complementares, como tomografia cerebral e ressonância magnética, também podem ser solicitados com o objetivo de excluir outras doenças neurológicas que afetam os movimentos.

Em situações clínicas em que o médico tenha dúvida sobre a natureza do tremor, geralmente devido à ausência de sinais típicos da doença de Parkinson, ele pode solicitar um exame de tomografia computadorizada por emissão de fóton-único (SPECT-Scan). "Esse exame de imagem nos ajuda a quantificar a dopamina no cérebro, substância que se torna deficiente nas pessoas com doença de Parkinson", explica o dr. Adoni.

A doença de Parkinson não tem cura, mas tem tratamento que ajuda o paciente a manter uma melhor qualidade de vida. Esse tratamento envolve desde medicamentos, que devem ser tomados de forma contínua para repor parcialmente a dopamina, até cuidados de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia. Em casos de pouca resposta a esses tratamentos, pode ser indicada ainda uma cirurgia no cérebro que visa diminuir os movimentos musculares provocados pela doença.

O Hospital Sírio-Libanês oferece em seu Centro de Diagnóstico os exames mais modernos utilizados para a detecção da doença de Parkinson, enquanto que o corpo clínico do hospital conta com médicos neurologistas especializados nessa patologia. Eles atuam conjuntamente com outros profissionais para diagnosticar e tratar a doença de Parkinson, o que é essencial para o controle dessa doença que exige diferentes formas de cuidado.

Veja também como minimizar os riscos de desenvolver Parkinson e outras doenças neurológicas.

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