2 de junho: Dia da Conscientização da Miastenia Gravis

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Em diversos países, dia 2 de junho é o dia da conscientização da Miastenia Gravis, uma doença neurológica de difícil diagnóstico que leva fadiga e fraqueza a mais de 1 milhão de pessoas, podendo surgir em qualquer idade e sexo. Espera-se haver cerca de 20 a 40 mil miastênicos no Brasil, de acordo com estimativas mundiais.

A causa é a produção de auto-anticorpos cujo alvo é o ponto de comunicação entre nervo e músculo, a "junção neuromuscular". O resultado é um nervo intacto que não consegue fazer o músculo, também sadio se contrair adequadamente. Ou seja, o cérebro manda o comando, a informação viaja pela medula, passa pelos nervos, mas não consegue atingir todas a fibras musculares necessárias e o músculo se contrai com menos força.

Classicamente há fraqueza nos músculos voluntários que piora com a atividade deles e melhora com repouso. Na maioria dos casos, os primeiros sintomas começam nos músculos que movimentam os olhos e pálpebras. Consequentemente, as queixas mais frequentes são dificuldade para abrir os olhos e visão dupla, por causa do desalinhamento nos movimentos oculares.

A fadiga excessiva também está quase sempre presente. Com a evolução da doença pode aparecer fraqueza dos músculos mastigatórios, da deglutição, do rosto, da respiração e/ou dos membros. Dessa forma, existem apresentações variadas entre os pacientes, com diferentes combinações de músculos acometidos. Aliás, no mesmo paciente a doença pode variar de um dia para outro.

Como não se vê alterações óbvias nos doentes, frequentemente pessoas com miastenia são taxadas de preguiçosas, pela fadiga e por fraqueza induzida por exercício ou de sonolentas pelos olhos mais fechados pela fraqueza das pálpebras em seus meios de convívio. A miastenia pode afetar qualquer pessoa independentemente de idade, sexo ou raça. Também não tem caráter hereditário ou contagioso.

Para diagnosticar miastenia, o primeiro passo é um detalhado exame neurológico. Depois, são realizados testes diagnósticos, como: teste de estimulação repetitiva (na eletroneuromiografia), dosagem no sangue de anticorpos (anti-receptor de acetilcolina, geralmente) testes de imagem como tomografia computadorizada de tórax para triagem de alterações no timo. Para casos de difícil elucidação, pode-se realizar a pesquisa de jitter, pela eletroneuromiograia de fibra única, um exame específico, disponível apenas em centros especializados.

Hoje em dia, com terapia apropriada, a maioria dos casos vivem uma vida normal ou quase normal. Recomenda-se tratamento com sintomáticos e, na maioria das vezes, medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico. Comumente, utiliza-se a piridostigmina, que aumenta a quantidade de acetilcolina no músculo, como sintomático.

O medicamento mais usado para controle imunológico é o corticoide, o qual, apesar de eficaz, tem muitos efeitos colaterais. Para pacientes com efeitos colaterais intoleráveis, o recomendado é o uso de imunossupressores, mas estes têm efeito mais demorado e levam a maior redução da resposta imunológica.

Além dos medicamentos, a remoção cirúrgica do timo (timectomia) ajuda a controlar a doença em boa parte dos casos, principalmente quando realizada no início da doença e quando está presente o anticorpo anti-receptor de acetilcolina. Existem várias técnicas bem estabelecidas para a timectomia.

Atualmente as técnicas minimamente invasivas tem recebido a preferência dos cirurgiões torácicos, seja através da vídeo-cirurgia, ou da sua variante mais moderna, a cirurgia robótica, que se caracteriza por maior precisão. O Hospital Sírio-Libanês foi um dos pioneiros na Cirurgia Torácica Robótica na América Latina e conta com uma equipe de cirurgiões torácicos altamente capacitados para estes procedimentos.