Quando devemos fazer reposição de vitamina D?

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A vitamina D talvez seja hoje um dos nutrientes que mais causa polêmicas e discussões ao redor do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade da população mundial tem quantidades insuficientes desse nutriente, sendo que alguns estudos associam as baixas taxas dessa vitamina a fraqueza óssea, problemas cardíacos, diabetes, câncer, demências e até doenças autoimunes, como a esclerose múltipla.

Mas devemos olhar para tudo isso com cautela. Até o momento, poucas conclusões foram tomadas em relação ao déficit de vitamina D no organismo, afirma o endocrinologista do Sírio-Libanês dr. José Antonio Miguel Marcondes. “Por enquanto, uma das únicas certezas que temos é que ela interfere na diminuição da massa óssea”, destaca o médico. “Os outros possíveis problemas ainda estão em análise”, acrescenta.

Sendo assim, ainda não há um consenso sobre quem deve receber ou não reposição de vitamina D. Estima-se que, se fossem indicadas doses extras para todas as pessoas em déficit com esse nutriente, seria necessário suplementar metade da população mundial, ou seja, 3,6 bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Segundo o dr. Marcondes, a reposição de vitamina D é indicada apenas para as pessoas com mais de 65 anos de idade; crianças com raquitismo ou que raramente se expõem ao sol, como as que vivem em cidades em que faz muito frio; e indivíduos com osteoporose e baixa quantidade dessa vitamina, independentemente da idade.

Diferentemente da maioria das outras vitaminas, a vitamina D é produzida por nosso próprio organismo. Trata-se de um hormônio, produzido a partir do colesterol quando nossa pele é exposta ao sol. Para produzirmos a quantidade ideal de vitamina D, recomenda-se nos expormos aos raios solares, sem protetor solar, por pelo menos 140 minutos por semana, sendo que esse efeito é acumulativo. Ou seja, podemos tomar 20 minutos de sol todos os dias ou 1h10 em dois dias da semana, por exemplo.

Quanto mais exposto estiver o corpo ao sol, melhor será a absorção da vitamina D. O ideal seria tomar sol com traje de banho, mas como nem sempre isso é possível, ir caminhando para o trabalho com os braços expostos ao sol ou se expor aos raios solares durante alguns minutos no horário do almoço pode ajudar. No entanto, como o protetor solar impede a absorção da vitamina D, indica-se a exposição ao sol antes das 10h ou depois das 16h, quando os efeitos dos raios ultravioletas são menores.

Vitamina D nos alimentos

  • 1 colher (sopa) de óleo de fígado de bacalhau — 227% da quantidade diária recomendada
  • 85 g de salmão cozido — 75% da quantidade diária recomendada.
  • 85 g de atum enlatado com água — 26% da quantidade diária recomendada
  • 85 g de fígado de boi cozido — 7% da quantidade diária recomendada
  • 1 ovo grande (com gema) — 7% da quantidade diária recomendada.

A vitamina D também pode ser encontrada em peixes, ovos e fígado, mas a quantidade mínima recomendada dificilmente é atingida apenas com a alimentação.

A reposição dessa vitamina, quando necessária, é feita de forma oral (gotas ou comprimidos) diária ou semanalmente. Em alguns casos também pode ser feita mensalmente de forma injetável. Nas pessoas que passaram por cirurgia bariátrica, a reposição é mais difícil, pois a vitamina D precisa de gordura para ser absorvida pelo organismo.

O déficit de vitamina D é comprovado por meio de exames de sangue específicos. De acordo com a OMS, há insuficiência quando a concentração é menor do que 30 ng/ml (nanogramas por mililitro de sangue). Valores abaixo de 10 ng/ml são classificados como insuficiência grave. Dosagens iguais ou superiores a 30 ng/ml estão na faixa da normalidade, cujo limite máximo é 100 ng/ml.

O diagnóstico e a reposição da vitamina D devem ser feitos apenas com acompanhamento de um especialista. O Sírio-Libanês conta em seu corpo clínico com endocrinologistas, nutricionistas e outros profissionais preparados para enfrentar o déficit da vitamina D e de outras vitaminas.