Cuidados no uso de remédios para emagrecer

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Para abordar esse tema, precisamos comentar sobre o estereótipo do corpo magro. Ele ainda é idealizado como belo, causando uma intensa pressão social para alcançarmos esse padrão estético, seja lá como for. Essa pressão coloca o corpo gordo ou, ao menos, o corpo diferente do padrão de magreza estabelecido, como algo ruim, feio e até sinônimo de outras características negativas, como a falta de disciplina e a ausência de autocontrole (mesmo sem respaldo algum). Em geral, os colegas e a sociedade em si não pegam leve nos comentários sobre o outro e pecam em não realizar uma reflexão crítica para escolha de modelos para campanhas publicitárias, por exemplo. Isso auxilia na busca por resultados de magreza ainda mais rápidos, levando muitos indivíduos a procurarem por medicamentos de maneira irresponsável. Tudo isso no intuito de se encaixar no tal padrão ideal, sem considerar riscos ou efeitos colaterais.

Além dessa prática ser altamente prejudicial, vale destacar que o estigma relacionado ao peso é injusto. Ele contribui com a discriminação e exclusão social, afetando a autoestima e o sofrimento psíquico e emocional das pessoas que sofrem com a balança e o espelho.

Explorando a discussão sobre medicamentos

No Brasil, existem medicamentos específicos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento de condições crônicas que têm, como uma das consequências, o emagrecimento. Esses medicamentos devem ser utilizados com bastante cautela e apenas para essas condições (como diabetes, obesidade, hipertensão, entre outras), seguindo as indicações e orientações profissionais. Nunca por conta própria.

Porém, recentemente, temos observado uma crescente no uso de medicamentos sem contar com o acompanhamento de um profissional, já que o interesse está apenas em usufruir dos seus “efeitos colaterais”, como o emagrecimento. Isso significa que há pessoas que utilizam remédios para finalidades e de maneiras diferentes das que descritas na bula, registrada pela ANVISA. Essas diferenças podem ser de idade recomendada, peso, dosagem, formas de administração, entre outras. Para esses casos, dizemos que a pessoa está tomando medicamentos ‘off-label’.

Para tangibilizar, trazemos um exemplo: se você quer emagrecer e toma remédios recomendados para diabetes tipo II apenas para usufruir de seu efeito colateral, já que não é uma pessoa com diabetes, você está utilizando o medicamento de maneira ‘off-label’.

Por isso, atente-se.

Se você tem indicação para tomar alguma medicação para emagrecer, utilize-a de maneira consciente e com acompanhamento de profissionais capacitados no tema. Converse com o seu médico e busque compreender como o remédio funciona para ter mais segurança no uso.

Mas, mais que o uso de medicamentos: nós, como sociedade, também temos papel no cuidado de nós mesmos e dos outros. Pense nas palavras antes de dirigi-las a alguém, evite julgar e respeite a diversidade, inclusive a de corpos. Uma pessoa gorda não é sinônimo de pessoa doente e o emagrecimento, caso desejado ou recomendado, não acontece de maneira saudável com o uso exclusivo de medicamentos. É importante envolver uma combinação de estratégias para que o processo seja saudável. Sempre que tiver dúvidas, evite saná-las na internet. Busque por profissionais de saúde, como o Time de Saúde do Sírio-Libanês.

Importante: o uso isolado de medicamentos para tratamento de sobrepeso e obesidade não é recomendado. Mudar o estilo de vida, ter uma alimentação saudável, um sono de qualidade e práticas atividades físicas são fundamentais para a obtenção de resultados efetivos.