Pneumonia: Mitos e verdades

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Febre alta, dores pelo corpo e mal-estar são sintomas típicos da gripe, mas também podem ser sinais de pneumonia - infecção grave que se instala nos pulmões, principalmente em decorrência de vírus e bactérias. Apesar de ser uma das principais causas de hospitalização no Brasil e no mundo, a pneumonia tende a ser facilmente curada, quando diagnosticada e tratada corretamente.

Pneumonia em números

Cerca de 1,2 milhão de crianças morrem anualmente em decorrência da pneumonia. Desses óbitos, mais de 99% são registrados em países em desenvolvimento como o Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dados do governo brasileiro indicam que a pneumonia é a responsável por mais de 200 mil internações todos os anos no Sistema Único de Saúde (SUS).

O número estimado de mortes por pneumonia em idosos é de aproximadamente 43 mil casos

Conheça abaixo alguns dos principais mitos e verdades relacionados à pneumonia:

Sintomas da gripe passam mais rápido do que os da pneumonia.
VERDADE - Febre acima de 38 ºC, tosse, catarro, dores pelo corpo e mal-estar generalizado são sinais típicos da gripe, mas também podem ser pneumonia. A principal diferença está na duração desses sintomas. Ou seja, se qualquer um desses sinais passar de três ou quatro dias, um médico deve ser consultado, pois aumentam as chances de ser pneumonia, explica a dra. Elnara Marcia Negri, pneumologista no Hospital Sírio-Libanês. "Crianças e idosos são os mais afetados pela pneumonia e merecem atenção especial", acrescenta a médica. Outros sintomas típicos da pneumonia são: pressão baixa, falta de ar e desmaios.

Gripe pode causar pneumonia.
VERDADE - Alguns vírus causadores da gripe podem invadir o pulmão e comprometer seus mecanismos de defesa, deixando a pessoa vulnerável aos agentes causadores da pneumonia, sejam eles vírus, bactérias ou fungos. Por isso, é comum algumas pessoas desenvolverem pneumonia após uma gripe.

Algumas pessoas podem ter apenas "princípio de pneumonia".
MITO - Princípio de pneumonia não existe. A pneumonia ocorre quando os vírus, bactérias ou fungos chegam aos alvéolos - local do pulmão onde são feitas as trocas gasosas entre o ar atmosférico e os gases presentes no sangue. "Se esses agentes não chegam aos alvéolos, mas apenas nas traqueias e nos brônquios, inflamando-os, trata-se de uma traqueobronquite", explica a dra. Elnara. Esse tipo de inflamação, chamada erroneamente por algumas pessoas de "princípio de pneumonia", pode gerar sintomas como tosse, rouquidão e dificuldade para respirar devido ao excesso de muco, que faz com que os brônquios fiquem mais estreitos, dificultando o funcionamento do sistema respiratório.

Pneumonia afeta apenas crianças, idosos e pessoas doentes.
MITO - Apesar de os agentes causadores da pneumonia invadirem com mais facilidade os pulmões das pessoas que têm o sistema imunológico em formação, como as crianças, ou com alguma debilidade, como os idosos, pessoas com aids, diabetes, cardiopatias ou em tratamento contra o câncer, a pneumonia pode afetar pessoas saudáveis de todas as idades.

Remédios antigripais podem "camuflar" a pneumonia.
MITO - Precisamos estar sempre atentos aos sinais de gripe e pneumonia, que podem ser parecidos. No entanto, segundo a dra. Elnara, mesmo que medicamentos contra a gripe sejam tomados por uma pessoa com pneumonia, eles não serão suficientes para frear a infecção dos pulmões. Ou seja, após três ou quatro dias, ainda haverá mal-estar generalizado, tosse, febre, falta de ar, entre outros sintomas da pneumonia.

Pneumonia pode ser causada por substâncias tóxicas.
VERDADE - Fumaça, agrotóxicos ou outros produtos químicos inalados podem ir parar no pulmão e inflamar os alvéolos, provocando uma "pneumonia química". Diferentemente da pneumonia viral ou da bacteriana, que geralmente afetam apenas uma parte do pulmão, a pneumonia química pode comprometer todo o órgão, tornando-se assim mais grave. Alguns sintomas comuns desse tipo de pneumonia são: irritação na mucosa nasal, nos olhos, nos lábios, na boca e na garganta; dor no peito; e desorientação. Nos casos mais graves de pneumonia química, o tratamento é baseado na administração de oxigênio, por meio da respiração artificial.

Saiba como se proteger e evitar a transmissão da pneumonia.

  • Higienize as mãos com sabão ou álcool em gel várias vezes ao dia quando estiver em locais com maior risco de exposição, como locais públicos e hospitais.
  • Não fume. O fumo prejudica a capacidade do pulmão em filtrar germes e se defender deles.
  • Evite locais fechados e aglomerações.
  • Mantenha seu sistema imunológico forte, alimentando-se de forma saudável, praticando atividade física e descansando o suficiente.
  • Se tiver com sintomas de pneumonia, limite o contato muito próximo com outras pessoas.
  • Cubra sempre o nariz e a boca ao tossir ou espirrar.
  • Vacine-se. As vacinas contra a gripe e as antipneumocócicas atuam na prevenção de vários causadores da pneumonia. Veja com seu médico quando você deve tomá-las.

A prevenção, o diagnóstico e o tratamento da pneumonia é uma das especialidades do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas do Hospital Sírio-Libanês. Pneumologistas clínicos, broncoscopistas, radiologistas, entre outros profissionais, trabalham em conjunto para cuidar das necessidades de cada paciente. Exames de auscultação pulmonar, feitos com estetoscópio; medição da oxigenação sanguínea; raios X ou tomografia do tórax são alguns dos métodos utilizados para detectar a pneumonia. O tratamento varia conforme o agente causador da doença, sendo geralmente feito com medicamentos antivirais, antibióticos ou, em casos mais graves, com cortisona.

Nosso serviço de Pronto Atendimento também conta com uma equipe de retaguarda de médicos pneumologistas, ou seja, profissionais que estão sempre de prontidão para ajudar nos cuidados urgentes contra a pneumonia.

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