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Gonorréia: A maior causa de doença transmitida por sexo no mundo
Sírio-Libanês
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A gonorreia é uma infecção causada por uma bactéria - cocos gram-negativo, de transmissão sexual, de importância mundial, estimando-se que nos Estados Unidos são reportados mais de 350.000 casos por ano e um outro tanto semelhante se quer é notificado.
É a maior causa de uretrite no homem e cervicite na mulher, na qual pode evoluir para doença inflamatória pélvica, infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica. A Neisseria gonorrhoeae pode ser invasiva e causar doença sistêmica do tipo endocardite e meningite.
Adicionalmente, o gonococos pode ser transmitido de mãe para filho na proporção de 30% `a 50%, culminando com quadros clínicos importantes como a conjuntivite neonatal, faringite, artrite e doença disseminada.
As formas extra-genitais, sintomáticas ou não, incluem: faringe, reto e conjuntivas. Algumas vezes a transmissão dessas apresentações clínicas não ocorrem por via sexual.
No sexo masculino, a doença ano-retal gonocócica é mais comum em homens que fazem sexo com homens(HSM). Em um estudo multi-cêntrico com a participação de mais de 11.000 HSM, 1.100 apresentaram exame positivo para N.gonorrhoeae; em outras pesquisas as o diagnóstico ocorreu em mais de 40% dos investigados. Essas observações são coerentes com os achados de aumento em 3 vezes do risco da contaminação pelo vírus da AIDS em HSH com doença retal gonocócica.
A doença gonocócica disseminada ocorre em 0,5 à 5% dos pacientes infectados. Fatores de defesa do hospedeiro e microbianos podem ser os responsáveis pela disseminação.
A sistematização da bactéria determina duas síndromes: a artrite purulenta e a tríade - tendo-sinovite, dermatite e poli-artralgia. Outras manifestações generalizadas incluem a endocardite, meningite e osteomielite.
O teste de amplificação do ácido nucleico (NAAT) é o preferido para o diagnóstico da infecção gonocócica ano-genital, urinária e faringea.
Desde que se estabeleceu, em saúde publica, a falência da erradicação do gonococos é desejável que o tratamento atinja eficácia superior a 95%. A vigilância mundial à N.gonorrhoae demonstrou aumento da sua resistência a múltiplas classes de antimicrobianos, incluindo as penicilinas, tetraciclinas, macrolideos e fluoroquinolonas. A recomendação atual, a despeito da menor sensibilidade anti-microbiana é na sequência: ceftriaxone, azitromicina e tetraciclina.
O tratamento dos parceiros sexuais é essencial para prevenir as re-infecções e controlar a disseminação da N.gonorrhoae.