Arboviroses: elas estão de volta?

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As arboviroses são definidas por um conjunto de doenças virais transmitidas por vetores. Têm se tornado importantes e frequentes preocupações em diversas regiões do mundo motivadas por desmatamentos pouco criteriosos, reflorestamentos, muitas vezes, não planejados, crescente dispersão territorial, falta de saneamento básico, alternâncias climáticas e a necessidade de ações de prevenção e controle cada vez mais complexas.

A definição das arboviroses deve-se ao fato de seu ciclo replicativo ocorrer nos insetos, sendo necessário que tenha a capacidade de infectar vertebrados e invertebrados.

A partir da disseminação do vírus no sangue em um hospedeiro vertebrado por período suficiente, possibilita-se a infecção do hospedeiro invertebrado, através da infecção na glândula salivar do inseto e , na sequência, viabiliza-se a contaminação de outros hospedeiros vertebrados. Dessa forna, os arbovírus causam doenças em humanos e outros animais.

Embora haja mais de 500 espécies de arbovirus, quatro apresentam maior circulação em São Paulo: o Dengue, o Chikungunya, o Zika e o Febre Amarela.

É impressionante a capacidade de adaptação desses vírus e a possibilidade de se estabelecerem em outras áreas. Os impactos da co-circulação viral, ainda não bem conhecidos, a intensidade das viremias, a resposta do sistema imune a múltiplas agressões, demandam estudos científicos cada vez mais aprofundados.

Portanto, quatro fatores associados são responsáveis pela transmissão de doenças através de vetores: a resposta do hospedeiro, o comportamento do vetor, o grau de imunidade do indivíduo a macro e micro ecologia.

Os sinais e sintomas relacionados com estas quarto viroses são bastante semelhantes, dificultando o diagnóstico específico dessas doenças. Muitas vezes, são necessários exames laboratoriais para a definição do agente etiológico, como esperado, o número de casos e graves e óbitos , nas formas sintomáticas, são expressivos na Febre Amarela, a despeito dos avanços do conhecimento, novas conquistas na tentativa da sustentação da vida, e até a realização de transplante de órgãos. Por sua vez, a Dengue, muitas vezes assintomática, nas suas forma graves,pode evoluir para choque hemorrágico e morte. Além disso, as associações do Zika com diversas síndromes e com a transmissão vertical têm sido motivo de preocupação de toda a sociedade. O Chkungunya, muitas vezes, de pouca expressão clínica aguda, pode avançar para quadros crônicos poli-artrágicos, debilitantes, necessitando de acampamento clínico constante.

A análise retrospectiva dessas arborviroses e as suas diversas implicações, que ultrapassam o indivíduo, atingindo a população e todo o sistema de saúde, obrigam que a autoridade sanitária municipal, dentro do pacto federativo, adote medidas imediatas para o controle de vetores, com a eliminação dos focos certificando a importância das medidas de manejo ambiental para o sucesso de toda a operação.

É evidente que no caso da Febre Amarela a barreira imposta pela vacina, a continua e altas taxas de cobertura vacinal constituem o principal método para previnir e controlar a doença.

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, dentro do que está pactuado com o Governo do Estado e com o Ministério da Saúde, apresentará o seu Plano de Contingência, multi-profisional, multi-disciplinar e multi-setorial que envolverá as diversas Secretarias Municipais, seus Secretários, inclusive o Prefeito Bruno Covas.

As arboviroses não estão de volta, pois nunca nos abandonaram - David Uip