Setembro Amarelo: o que fazer para apoiar alguém em sofrimento emocional?

foto_blog_setembro_amarelo2025.webp

Instaurada em 2014, a campanha Setembro Amarelo joga luz sobre um tema delicado: o suicídio e o sofrimento emocional. Seu objetivo é valorizar a vida, diminuir tabus e estigmas e promover uma cultura de acolhimento, escuta e cuidado com a saúde mental. Essa conversa vale para o ano inteiro.

Muitas vezes, percebemos que uma pessoa querida pode estar precisando de ajuda e não sabemos como apoiar. Ou, na tentativa de ajudar, acabamos tocando em gatilhos ou fazendo abordagens que podem piorar o sofrimento emocional. Aqui, traremos algumas reflexões de como podemos promover essa cultura de acolhimento e atenção em nossas relações.

Sofrimento emocional: sinais que merecem atenção

Buscar ajuda não é sinal de fraqueza. É cuidado. Como sociedade precisamos reduzir o estigma, levar a sério o sofrimento do outro e escutar sem julgamentos. Nem sempre o pedido de ajuda é explícito. Sinais de alerta podem aparecer como:

  • Mudanças no humor e comportamento;
  • Irritabilidade e tristeza persistentes;
  • Isolamento;
  • Desistência de atividades que antes eram importantes;
  • Pensamentos e afirmações como “quero sumir”;
  • Alterações no sono e apetite;
  • Queda de rendimento no trabalho e/ou estudos;
  • Dores e cansaço extremos.

Fique atento quando essas mudanças duram dias ou semanas e parecem diferentes do comportamento habitual daquela pessoa.

Como ajudar alguém que está em sofrimento emocional?

Cada pessoa tem sua história, seu contexto e suas barreiras para pedir ajuda. Por isso, o cuidado também é coletivo: acolher, respeitar diferenças, criar espaços de escuta e incentivar que todos busquem a rede de saúde quando necessário.

Estudos mostram que, quando alguém em sofrimento emocional é perguntado de maneira direta e respeitosa sobre pensamentos de morte, essa pessoa não se sente incentivada a agir, mas sim, escutada. Abrir esse canal de comunicação cria possibilidade real de ajuda, portanto:

  • Aproxime-se com cuidado e escolha um momento tranquilo para conversar;

  • Ouça de forma acolhedora, sem interromper e sem julgar;

  • Mostre interesse genuíno pelo que a pessoa sente e diga que ela não está sozinha.

Frases simples ajudam, por exemplo: “Obrigado por me contar, estou aqui com você”;

  • Incentive a buscar ajuda profissional e ofereça companhia para ir junto;

  • Combine próximos passos e volte a falar com a pessoa nos dias seguintes.

O isolamento aumenta o risco, e o vínculo protege.

Também é importante saber o que evitar ao ajudar alguém em sofrimento emocional:

  • Não minimize nem compare dores. Evite contar histórias próprias e de outras

pessoas como exemplos, caso não sejam solicitadas;

  • Evite conselhos fáceis e frases prontas como “pense positivo” ou “já passou”;
  • Deixe o julgamento moral de lado. Em vez de debates ou lições, ofereça

presença, cuidado e encaminhamento;

  • Não prometa segredo absoluto se a pessoa estiver em situação de risco, pois a segurança deve vir em primeiro lugar. Buscar apoio profissional é fundamental.

Atenção: apoio não substitui acompanhamento profissional. Cuidar da saúde mental é papel de profissionais preparados, que podem avaliar riscos, orientar famílias e oferecer tratamento. Amigos, colegas e familiares são pontes importantes, pois ajudam a abrir caminhos e manter a rede de proteção, mas não substituem o acompanhamento qualificado.

O que fazer se eu mesmo precisar de ajuda?

Se você está passando por um momento difícil, falar com alguém pode ser o primeiro passo. Saiba que há ajuda disponível e procurar por ela não é sinal de fraqueza, mas sim, de enfrentamento. Para um acolhimento seguro, você pode procurar:

  • Seu Time de Saúde Sírio-Libanês: nos procure nas unidades físicas ou acesse o aplicativo Paciente Sírio-Libanês;

  • Centro de Valorização da Vida (CVV): Ligue 188 ou acesse cvv.org.br para falar por chat ou e-mail;

  • Rede do SUS: procure algum Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

  • Algum outro centro de referência em saúde que você já conhece e confia.

Em situação de risco imediato, acione o SAMU pelo número 192 ou procure o Pronto Atendimento mais próximo de você.

Viva o seu melhor