Muitos exames são sinal de um bom diagnóstico?

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Alguma vez você já passou por uma consulta médica e ficou se questionando se os exames solicitados foram suficientes para investigar a sua queixa de saúde? Se você se identificou ou ficou curioso ao ler essa pergunta, fique de olho no que trazemos a seguir.

Sair de uma consulta médica com várias folhas de exames prescritos, para muitos, pode trazer uma sensação de cuidado e expectativas de cura e prevenção. E, se o contrário ocorre, é mais alta a probabilidade do paciente se sentir inseguro. Esse sentimento é aflorado porque, culturalmente e nas últimas décadas, aprendemos que a prevenção está relacionada às intervenções médicas, ou seja, à necessidade de realizar mais exames, procedimentos terapêuticos e utilizar medicações.

Porém, quando avaliamos as evidências científicas de instituições como as revisões Cochrane, o JAMA (The Journal of American Medical Association), as sociedades científicas médicas ou mesmo o nosso Ministério da Saúde, nos deparamos com as seguintes conclusões:

• Sim! Os exames têm um valor imenso. Mas, esse valor está presente quando são bem indicados. Para isso, é preciso que o profissional de saúde entenda a realidade e os hábitos e estilo de vida de cada paciente. Então, se o seu médico pedir algum exame para a sua colega e não pedir para você, mesmo você levando uma queixa muito parecida, não se assuste! Está tudo sob controle.

Exames em excesso, além de não serem sinônimos de bons diagnósticos, podem levar a conclusões equivocadas e intervenções prejudiciais. O ato de realizar exames, principalmente aqueles mais invasivos, deve ocorrer quando há real necessidade, respeitando a periodicidade e indicações recomendadas cientificamente. Essa prática demonstra o cuidado médico na redução dos possíveis danos que os exames inoportunos podem acarretar.

Vamos a um exemplo prático! Existe um mito de que o diagnóstico de uma sinusite sempre deve ser baseado na solicitação de uma radiografia ou de uma tomografia dos seios da face. Isso não é verdade. Por meio de uma avaliação clínica, identificação de sinais e de sintomas da queixa, o médico é capaz de realizar o diagnóstico e já iniciar o tratamento, evitando uma exposição desnecessária à radiação.

A cultura do “quanto mais melhor” somada ao excesso de medidas que buscam a prevenção podem gerar grande ansiedade e medo desnecessários. Assim como nem toda tristeza é depressão, nem toda dor é câncer e por aí vai...

O bom vínculo com os profissionais de saúde pode promover clareza ao paciente sobre sua jornada de cuidado e esclarecimento de todas as possíveis dúvidas e angústias diante das condutas propostas. Portanto, o acompanhamento regular com seu Time de Saúde, conforme combinado entre profissionais e paciente, associado às medidas de autocuidado e hábitos de vida saudáveis, é o cuidado preventivo necessário que você necessita diante das suas condições de saúde. E, claro, as particularidades serão avaliadas pelos profissionais. Conte conosco para viver melhor!