Quando procurar um otorrino por conta de rouquidão ou dor de garganta persistente

Rouquidão e dor de garganta são sintomas muito comuns, sobretudo nesta época do ano, acompanhando as viroses respiratórias. Procurar um médico é essencial para evitar doenças potencialmente graves e possíveis sequelas.

Rouquidão e dor de garganta são sintomas muito comuns, sobretudo nesta época do ano, acompanhando as viroses respiratórias. São comuns também após abuso vocal (quando gritamos muito, numa final de campeonato, por exemplo). Na maior parte dos casos, estes sintomas não requerem cuidados especiais, além de repouso, boa alimentação e, eventualmente, medicações sintomáticas, como analgésicos e antitérmicos.

Contudo, ambos os sintomas podem representar doenças potencialmente graves, que requerem avaliação especializada e condutas específicas para melhor controlar os sintomas ou evitar a progressão da doença e possíveis sequelas. Mas quando devo procurar um otorrino se apresentar estes sintomas?

Rouquidão

Apesar de sua frequência, a rouquidão é frequentemente negligenciada, tanto por pacientes quanto por profissionais de saúde, especialmente em crianças e idosos. Esta falta de atenção é preocupante, pois a rouquidão, embora muitas vezes benigna, pode ser um indicativo de doenças mais sérias. Muitos casos são causados por tumores (câncer de laringe), por doenças que aumentam o risco de aspiração e pneumonia ou doenças que podem causar obstrução respiratória, levando a quadros de falta de ar. Em crianças com rouquidão persistente, doenças como papilomatose laríngea e paralisia de pregas vocais são comuns e podem levar a complicações, se não forem diagnosticadas prontamente.

Assim, a busca por um otorrinolaringologista é imperativo nas seguintes situações:

  • Rouquidão persistente por mais de 2 a 4 semanas, na ausência de abuso vocal ou sintomas de resfriado ou infecções virais.
  • Qualquer sintoma de obstrução respiratória, como barulho para respirar (estridor) ou falta de ar.
  • Sintomas de dificuldade ao engolir ou aspiração, como engasgos ou tosse durante a deglutição, ou histórico de pneumonia por aspiração.
  • Presença de "sinais de alarme" para câncer de laringe, incluindo escarro com sangue, dor de ouvido ou garganta unilateral inexplicada, dor ou dificuldade para engolir, perda de peso inexplicada, ou tabagismo/etilismo significativo (principais fatores de risco para câncer de laringe).
  • Perda completa da voz de modo súbito, pode representar hematoma ou laceração das pregas vocais, que exigem condutas imediatas, sobretudo em profissionais da voz.
  • Suspeita de condições específicas graves, como paralisia, papilomatose, estenose, ou outras anomalias congênitas.

A avaliação especializada inclui a visualização direta da laringe por laringoscopia, que permite obter um diagnóstico preciso e orientar o tratamento adequado. Existem duas técnicas tradicionais de laringoscopia: a nasofibrolaringoscopia e a videolaringoestroboscopia. Para avaliação específica da voz, o segundo método é o de escolha, principalmente em profissionais da voz, pois permite uma avaliação detalhada das pregas vocais e de sua vibração durante a fonação. A educação contínua de pacientes e profissionais de saúde sobre a importância da disfonia como um sintoma que merece atenção é fundamental para garantir que ninguém sofra desnecessariamente de condições tratáveis ou seja diagnosticado tardiamente com doenças que ameaçam a vida.

Dor de garganta

As principais situações que justificam a busca por um otorrinolaringologista incluem:

Sinais de Alerta para Obstrução Respiratória ou Complicações Graves Iminentes:

  • Dificuldade respiratória ou babação excessiva são indicações para encaminhamento urgente, pois podem sinalizar obstrução das vias aéreas.
  • Dor intensa na garganta que piora ou persista por mais de 3 dias sem melhora, associada a dificuldade para engolir ou incapacidade de manter a hidratação.
  • Abscesso Periamigdaliano (APA): Esta é a infecção profunda mais comum do pescoço, geralmente ocorre por complicações de uma amigdalite, e frequentemente exige intervenção do otorrinolaringologista. Suspeita-se de APA com dor de garganta unilateral severa, febre, voz abafada ou "voz de batata quente", e dificuldade em abrir a boca. O diagnóstico é predominantemente clínico, mas pode ser confirmado por ultrassonografia ou aspiração com agulha. O tratamento geralmente envolve drenagem cirúrgica e antibióticos. As complicações do APA podem ser fatais e incluem obstrução das vias aéreas, pneumonia por aspiração, disseminação da infecção (sepse), trombose da veia jugular interna (Síndrome de Lemierre), e fasceíte necrotizante.
  • Infecções de Espaços Profundos do Pescoço: Caso haja suspeita de que a infecção tenha se espalhado para o pescoço, com abaulamento e dor locais, o encaminhamento é urgente.

Amigdalite Recorrente ou Crônica:

  • Embora a maioria dos casos de amigdalite bacteriana responda a antibióticos, uma cirurgia para remoção das amígdalas pode ser necessária quando as infecções e complicações são refratárias ou persistentes ao tratamento medicamentoso.
  • A remoção das amígdalas (amigdalectomia) é considerada para pacientes com infecções de garganta recorrentes que atendem a critérios específicos, definidos pelo especialista.
  • Outros fatores que podem justificar a amigdalectomia incluem múltiplas alergias ou intolerâncias a antibióticos, ou histórico de mais de um abscesso periamigdaliano.

Síndrome PFAPA (Febre Periódica com Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite):

  • Embora seja uma doença autolimitada que atinge crianças, a amigdalectomia é uma opção terapêutica eficaz para muitos pacientes com PFAPA, especialmente aqueles cujos sintomas são altamente perturbadores e afetam a qualidade de vida e para quem o tratamento médico é ineficaz.

Suspeita de Condições Menos Comuns ou Atípicas:

  • Se as amígdalas apresentarem aparência incomum (ex: tecido carnoso ou granular), especialmente em adultos, uma avaliação especializada pode ser necessária para descartar um tumor.
  • Sintomas persistentes ou atípicos que não se encaixam em diagnósticos comuns também devem levantar a suspeita de outras etiologias mais raras, justificando o encaminhamento.

A avaliação detalhada e o encaminhamento adequado são fundamentais para garantir o tratamento mais eficaz e apropriado para cada paciente, minimizando riscos e melhorando a qualidade de vida.

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