9 respostas sobre rinite alérgica

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O que é rinite alérgica?

É uma alergia respiratória que afeta cerca de 40 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai). Filhos de pais e mães que sofrem com o problema apresentam 50% de chance de terem rinite. As crises ocorrem quando a mucosa nasal inflama, reagindo ao contato com algum alérgeno, como ácaros ou poeira.

Quais são os principais sintomas?

Coriza, espirros, tosse, coceira nos olhos e no nariz, e também congestão nasal, em maior ou menor intensidade. Alguns estudos associam dores de cabeça e pressão facial à doença. Como consequência de todos esses sintomas, fica mais difícil a criança respirar, prejudicando o sono e também a realização de suas atividades diárias.

Que fatores podem desencadear uma crise?

Poeira, ácaros, fungos e pólen estão entre os mais comuns, assim como pelos e saliva de animais – principalmente os gatos. Como pessoas alérgicas costumam ser mais sensíveis, muitas vezes até mesmo odores fortes, como perfumes, tintas e fumaça de cigarro, provocam reações, fazendo o nariz coçar e causando espirros. Isso não significa necessariamente que haja uma alergia a essas substâncias, mas que elas foram capazes de irritar a mucosa nasal. A poluição também está ligada às crises, sobretudo os gases liberados pelos carros.

Como é feito o diagnóstico?

A partir de 1 ano. A rinite é detectada quando a criança apresenta todos os sintomas juntos: coriza, espirro e coceira no nariz. A realização de testes alérgicos para os pequenos é controversa. Por isso, o diagnóstico costuma ser clínico. Ao contrário da gripe, ela não dá febre, nem aquela dorzinha de garganta ou mal-estar no corpo.

Qual é o tratamento?

Para contornar crises ocasionais, além de afastar o que provoca a alergia, é preciso amenizar os sintomas, com descongestionantes nasais e anti-histamínicos, entre outros medicamentos prescritos pelo médico. Inalação com soro, que umidifica a mucosa, também ajuda. Se a rinite evoluir a ponto de a criança só respirar pela boca e não dormir bem, é necessário fazer um tratamento contínuo, para que seu desenvolvimento não seja prejudicado.

Como prevenir as crises?

O melhor jeito é aliar a higiene nasal à limpeza do ambiente. Lavar as narinas com soluções salinas diariamente, como soro, é imprescindível para remover os alérgenos em contato com a mucosa. Em casa, os ambientes precisam ser arejados e limpos. Por isso, mesmo em dias frios, as janelas devem ficar abertas por um período, para que o ar circule. No quarto das crianças, evite o acúmulo de brinquedos, livros e outros objetos que juntam poeira, bem como carpetes e cortinas. Passar pano úmido no chão todos os dias é uma boa medida. Se tiver animais domésticos com pelos, mantenha-os sempre limpos e fora do ambiente em que a criança for dormir. Roupas e cobertores guardados há muito tempo precisam ser lavados e secos ao sol antes do uso. E não custa lembrar: crianças devem ficar bem longe de fumaça de cigarro.

A doença piora nos dias frios?

Sim, porque eles fazem com que as pessoas passem mais tempo em locais fechados (que podem acumular poeira e ácaros) e aumenta o contato com casacos e cobertores. O ar também fica mais seco, elevando a incidência de infecções. Umidificadores podem ajudar, desde que o ambiente não fique úmido demais (ideal para a proliferação de fungos) e seja bem limpo.

Existe vacina para a rinite?

Sim, há mais de 30 anos. E consiste em pequenas doses de alérgenos para tentar dessensibilizar o organismo e reduzir as crises. No entanto, a imunização só é recomendada pelos especialistas para casos graves, quando todas as outras possibilidades de tratamento já se esgotaram, e a partir de 3 ou 4 anos. Vale lembrar que, por ser uma doença crônica, a rinite não tem cura, e, sim, controle.

A rinite pode evoluir para algo mais grave?

Eventualmente, pode ocasionar sinusite, quando o acúmulo de secreção nos seios da face é contaminado por algum tipo de bactéria. Também pode aumentar a incidência de otites e, em casos mais sérios, até pneumonias. O principal problema, no entanto, é que as crises prejudicam a qualidade do sono e a disposição da criança de maneira geral. Ou seja, como ela não consegue respirar pelo nariz, o ar chega aos pulmões sem ser filtrado e a mucosa da boca tende a ressecar. Criança com respiração bucal dorme pior, o que faz com que não alcance o estágio de sono profundo, quando são produzidos os hormônios do crescimento. Sem contar que a deficiência de respiração pode influenciar o crescimento craniofacial, quando o maxilar se desenvolve mais do que a parte nasal.

Fontes:

Edmir Américo Lourenço, otorrinolaringologista e professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP); Nilton Kiesel Filho, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR); e Rubens de Brito Neto, coordenador do Centro de Otorrinolaringologia do Hospital Sírio-Libanês (SP) e professor associado da Faculdade de Medicina da USP (SP).

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Otorrinolaringologia