Fratura de punho, em mulheres, pode estar relacionada à osteoporose
Dr Edgard de Novaes Franca Bisneto
Especialista em Cirurgia da Mão e Microcirurgia Reconstrutiva
22/12/2015 · 1 min de leitura
A fratura mais comum do punho é a do rádio distal (osso que se estende pela parte lateral do antebraço e vai do cotovelo até o punho). Esse tipo de fratura representa, aproximadamente, um sexto de todas aquelas do corpo humano e geralmente ocorre em quedas nas quais há impacto no punho. A maior incidência é em mulheres na fase de pós-menopausa.
“Observamos um grande número de casos de fraturas de punho em mulheres na faixa etária de 50 a 65 anos, o que comprova a relação dessa fratura com a osteoporose”, diz o dr. Edgard de Novaes França Bisneto, ortopedista e traumatologista do Núcleo de Cirurgia da Mão e Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital Sírio-Libanês.
Segundo o ortopedista, a taxa de ocorrência de osteoporose no Brasil varia de 0,4% da população em mulheres em fase de pré-menopausa até 40% em mulheres com mais de 70 anos de idade.
Diagnóstico
O diagnóstico da fratura de punho é feito por meio de exame clínico e raios X. Geralmente, o paciente apresenta dor, inchaço e, eventualmente, deformidade no local.
Tratamento
Em um paciente da terceira idade, os ossos mais frágeis se quebram em pedaços maiores e há um desvio maior entre os fragmentos. A baixa qualidade óssea ocasionada pela osteoporose torna mais difícil o tratamento.
Geralmente, este é feito pelo método convencional, com imobilização com gesso por aproximadamente dois meses.
Porém, nos últimos anos, a cirurgia tem sido uma opção. Mas a indicação deve obedecer a alguns critérios, como tipo de fratura, nível de fragmentação do osso e quadro clínico do paciente.
“Temos visto uma mudança de paradigmas em relação à indicação cirúrgica em pacientes da terceira idade. Hoje, eles podem passar pela cirurgia independentemente da idade em que se encontram”, explica o dr. França Bisneto.
Na cirurgia podem ser utilizadas técnicas como o uso de fios de Kirschner (fios metálicos), fixadores externos ou, mais recentemente, de placas volares com estabilidade angular. Os fragmentos da fratura são estabilizados por pinos fixados às placas, que têm, em média, 15 cm.
As placas têm sido muito usadas por estabilizarem adequadamente as fraturas em idosos, permitindo reabilitação precoce.
A grande vantagem da cirurgia em relação à imobilização é a qualidade da recuperação e o retorno mais rápido às atividades diárias. Uma semana depois da cirurgia o paciente já pode iniciar os exercícios de reabilitação e não é necessário utilizar gesso. A fisioterapia é indicada para ganho de mobilidade e redução de inchaço do local.
Após a cirurgia, o paciente utiliza uma órtese de plástico que pode ser retirada, por exemplo, na hora do banho. A órtese é um dispositivo utilizado externamente e que tem como função a imobilização do membro afetado.
“Quando optamos pelo tratamento convencional, com imobilização, as sessões de fisioterapia só podem ser iniciadas depois que o gesso é retirado”, explica o especialista. “Em um primeiro momento a impressão que se tem é de que a cirurgia é um método agressivo de tratamento, mas quando comparamos as vantagens em relação ao método convencional, ela é indicada sempre que possível”, conclui.
Com o avanço da medicina, os traumatismos na mão ganharam uma abordagem especializada. As fraturas requerem conhecimento anatômico detalhado, técnica cirúrgica de alta precisão, uso de implantes resistentes e esforços de orientação para reabilitação funcional. O Núcleo Avançado de Cirurgia da Mão e Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital Sírio-Libanês está preparado para atender os pacientes nessas necessidades.