Carcionoma Espinocelular: Saiba mais
Sírio-Libanês
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O que é?
O carcinoma espinocelular, também chamado de carcinoma de células escamosas, é um dos diferentes tipos de câncer que se desenvolvem na pele. Tem origem na camada mais superficial da epiderme e, em geral, atinge áreas do corpo expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, lábios e dorso das mãos. Também pode se desenvolver em cicatrizes antigas ou feridas crônicas da pele em qualquer parte do corpo, inclusive nos órgãos genitais. Às vezes pode se iniciar em queratoses actínicas.
O carcinoma espinocelular in situ (restrito ao local onde se originou), também conhecido como doença de Bowen, se caracteriza pelo aparecimento de uma área avermelhada coberta por crostas, com lesões bem definidas de bordas irregulares. A maioria dos pacientes é idosa e, em um terço deles, as lesões são múltiplas. Também pode ocorrer na pele das áreas anal e genital, muitas vezes em razão de infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV). A doença de Bowen pode evoluir para um câncer invasivo, por isso deve ser tratada rapidamente.
Outro tipo de tumor tratado como carcinoma de células escamosas são os queratoacantomas. Em forma de cúpula, esses tumores têm uma fase de crescimento rápido e um período estacionário. Muitos regridem ou desaparecem espontaneamente, sem qualquer tratamento.
O carcinoma espinocelular corresponde a cerca de 20% de todos os cânceres de pele. É altamente curável e mortes causadas por ele são incomuns, ocorrendo entre idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas do carcinoma espinocelular são verrugas que não param de crescer; manchas persistentes, escamosas, vermelhas, com bordas irregulares, que sangram facilmente; feridas na pele que não cicatrizam ou demoram mais de quatro semanas para cicatrizar; lesões elevadas, com superfície áspera e uma depressão central; variação na cor de pintas e sinais pré-existentes.
Na presença desses sinais, é importante procurar um médico especialista, porque a detecção precoce do carcinoma espinocelular é fundamental para aumentar as chances de cura.
Diagnóstico
O primeiro passo do diagnóstico do carcinoma espinocelular é analisar o histórico clínico e familiar do paciente, para levantar possíveis sinais e sintomas e os fatores de risco da doença. Depois é realizado o exame físico, em que o médico verifica o tamanho, a forma, a cor e a textura das lesões na pele e se há sangramento ou descamação. Para avaliar de forma mais detalhada as manchas e lesões, o médico utiliza um instrumento chamado dermatoscópio, uma lente de aumento especial com fonte de luz própria.
Também se faz a palpação dos gânglios linfáticos da virilha, das axilas, do pescoço e de áreas próximas à lesão, porque o aumento desses gânglios pode indicar que o câncer espinocelular está se disseminando. O carcinoma espinocelular surge por meio de uma ferida, mas evolui rapidamente e pode apresentar metástase. A confirmação é feita por meio de uma biópsia.
Prevenção
Da mesma forma que nos outros tipos de câncer de pele, o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença é a radiação ultravioleta (UV), em razão da exposição sem proteção à luz solar. As pessoas mais vulneráveis aos efeitos nocivos da radiação UV são as de cabelos, olhos e pele claros, que possuem menos melanina e, por isso, se queimam com facilidade – elas têm de duas a três vezes mais risco de desenvolver câncer de pele.
A idade também é um fator de risco, em razão do efeito cumulativo da exposição ao sol no decorrer do tempo. A maioria dos carcinomas espinocelulares surge em pessoas com mais de 40 anos.
A exposição a grandes quantidades de determinados produtos químicos, como arsênico, alcatrão industrial, carvão, parafina e certos tipos de óleo, aumentam as chances de ter esse tipo de câncer. Os homens, em razão de atuarem em atividades industriais que utilizam essas substâncias e de ficarem mais expostos ao sol, são três vezes mais propensos a desenvolver carcinomas espinocelulares que as mulheres.
O risco também é maior para pessoas que fizeram tratamento radioterápico anterior para câncer ou psoríase (que, neste caso, utiliza radiação ultravioleta), para aquelas que já tiveram carcinomas basocelulares e espinocelulares e para as que apresentam cicatrizes de queimaduras, áreas de cicatrizes de infecções ósseas ou alguma doença inflamatória na pele. Outras condições que podem levar ao surgimento desse tipo de câncer são ictiose ou pele seca (doença rara e hereditária), xeroderma pigmentosa (que provoca extrema sensibilidade à luz) e o enfraquecimento do sistema imunológico, comum em pacientes transplantados, pessoas submetidas a tratamentos com doses elevadas de corticosteróides, portadores do vírus HIV e HPV.
Como boa parte dos fatores descritos está relacionada a hábitos de vida e ao ambiente, algumas práticas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença. A mais importante é proteger-se da radiação ultravioleta, evitando permanecer sob a luz direta do sol, em especial no período das 10 hs às 16 hs. Para se proteger, recomenda-se ficar à sombra, vestir roupas compridas, de cores escuras e tecidos mais firmes, usar óculos escuros e chapéu com aba e de material grosso e passar protetor solar continuamente nas partes expostas da pele, de preferência com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior. Também se deve evitar o uso de câmaras e lâmpadas ultravioletas para bronzeamento artificial e a exposição a pesticidas e herbicidas, além de usar proteção especial nas atividades profissionais que exigem o contato com produtos químicos potencialmente cancerígenos, como mineração e fundição.
Fazer um autoexame da pele regularmente contribui para a detecção precoce dos diferentes tipos de câncer de pele, como o carcinoma espinocelular. Primeiro a pessoa deve verificar o padrão de pintas, manchas, sardas e outras marcas na sua pele, em todas as partes do corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, couro cabeludo, orelhas, unhas e costas; depois, deve ficar atenta ao surgimento de novas pintas e marcas ou de alterações nas já existentes, como vermelhidão, inchaço, coceira, escamação, rigidez, dor, sangramento e secreção de líquido. Qualquer mudança deve ser examinada por um médico especialista.
Tratamento
O tratamento do câncer de pele espinocelular pode ser feito por meio de cirurgia, terapia local, quimioterapia, radioterapia e terapia alvo. A aplicação de uma dessas terapias ou de uma combinação delas depende da localização e do tamanho do tumor. O tratamento mais frequente nos casos de carcinoma espinocelular é uma combinação de cirurgia e radioterapia.