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Vírus ou bactéria? Diagnosticar corretamente a amidalite é essencial para definir o tratamento
Dr. Otelo Rigato Junior
30/12/2014 · 1 min de leitura
A maioria dos casos de dores de garganta que levam muitas crianças e até adultos ao pronto atendimento é decorrente das inflamações nas amídalas, as amidalites. Apesar de não ser considerada uma doença grave, a amidalite requer cuidados especiais, sobretudo no diagnóstico, pois pode ser provocada por vírus, bactérias ou pela associação dos dois agentes.
Quando a amidalite é causada exclusivamente por vírus, o tratamento prescrito tem objetivo de diminuir os sintomas, até que a infecção seja controlada pelo próprio organismo. Para isso, são utilizados medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
Já nos casos em que a causa é bacteriana, o que é mais comum em crianças, é necessário tratar a infecção imediatamente com antibióticos. O tratamento é importante não apenas para controlar a infecção, mas principalmente para evitar complicações pela deposição de complexos formados por antígenos bacterianos e anticorpos. Em casos extremos, esses imunecomplexos podem se depositar no coração e nos rins, dando origem à febre reumática e à inflamação no rim (glomerulonefrite).
Embora as amidalites bacterianas tenham como característica o surgimento de placas de pus na região da orofaringe (amídalas e faringe), o infectologista Otelo Rigato Junior, do corpo clínico do Sírio-Libanês, explica que nem sempre o exame clínico é suficiente para identificar o agente causador da doença. Em casos de dúvidas, é realizado o teste rápido para a detecção da bactéria estreptococo, principal causadora da amidalite.
"Fazemos um swab, que é um esfregaço com cotonete na garganta, recolhemos um pouco do material da área inflamada, enviamos para o laboratório e, às vezes, em poucos minutos conseguimos saber o resultado", explica o médico.
O teste de swab não dá 100% de certeza a respeito do diagnóstico, mas a combinação desse exame, do diagnostico clínico feito pelo médico e pelo histórico do paciente ajuda a diminuir consideravelmente as chances de erro. "Com essa decisão, o médico se sente mais seguro sobre o tratamento a ser seguido, diferentemente do que acontecia antes, quando quase sempre se receitavam antibióticos contra a amidalite", compara o dr. Rigato Junior.
O uso de medicamentos antibióticos sem necessidade pode levar à resistência antimicrobiana, além de reações adversas que poderiam ser evitadas.
Com pediatras e equipe de retaguarda sempre à disposição, o pronto atendimento do Sírio-Libanês realiza o teste rápido de detecção da amidalite, quando recomendado. O serviço está preparado para atender adultos e crianças, cobrindo desde sintomas e doenças mais simples, como outros quadros virais e bacterianos, passando pelas lesões ortopédicas até casos mais graves, como infarto.