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Suor excessivo causado pela hiperidrose pode ser curado com cirurgia do tórax
Especialista em Doenças Pulmonares e Torácicas
21/12/2015 · 1 min de leitura
A hiperidrose é uma doença que causa suor excessivo principalmente nas palmas das mãos, plantas dos pés e axilas. Apesar de não gerar problemas mais sérios de saúde, ela pode acarretar transtornos sociais e psicológicos aos pacientes.
O diagnóstico clínico é baseado nos sintomas e na história do paciente. “Quem melhor diagnostica a hiperidrose é o próprio paciente, pois é ele quem consegue perceber quando o suor é excessivo. O desconforto é o principal motivo que leva o paciente a procurar o médico”, explica dr. Ricardo Terra, cirurgião torácico do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas do Hospital Sírio-Libanês.
As causas da hiperidrose ainda não são conhecidas. Estatísticas apontam que 1% da população mundial tem a doença em algum grau. “Acreditamos que a doença esteja relacionada a uma estimulação excessiva do sistema nervoso simpático, responsável pela retransmissão dos impulsos emitidos por nosso sistema nervoso central”, afirma dr. Terra.
Geralmente, explica o cirurgião, os primeiros sinais nas palmas das mãos se iniciam ainda na infância. Crianças ou jovens acometidos com a doença chegam a molhar o caderno enquanto escrevem, em virtude do excesso de transpiração. É comum que o problema de suor excessivo ocorra também nas plantas dos pés.
Já nas axilas, os sintomas costumam surgir na adolescência. A hiperidrose, diz dr. Terra, pode ter um componente hereditário. Mas é comum diminuir na idade adulta, a partir dos 35 anos.
Opções de tratamento
Segundo ele, a escolha pelo tratamento, que pode ser clínico ou cirúrgico, depende do grau de desconforto do paciente.
No caso clínico, é possível utilizar um medicamento à base de cloridrato de oxibutinina, de uso contínuo, em doses diárias. A medicação tem como efeito inibir as transmissões nervosas que estimulam a produção de suor. Cerca de 30% dos pacientes relatam bons resultados com o tratamento, principalmente da hiperidrose axilar.
“Aplicações de toxina botulínica também podem ser indicadas, porém seu efeito dura até seis meses”, diz.
Além disso, nas mãos, pode haver perda da mobilidade caso a aplicação não seja feita de maneira adequada. “Essa terapia pode trazer algum benefício para quem sofre de sudorese excessiva nas axilas em períodos específicos, como no verão ou quando está praticando atividades físicas.”
Quando o paciente não responde bem a nenhuma das terapias medicamentosas, indica-se a cirurgia. E, embora para o leigo possa parecer estranho, trata-se de uma cirurgia na região do tórax que visa interromper a ação dos gânglios simpáticos, responsáveis por estimular as glândulas de suor.
“Na cirurgia, chamada simpatectomia torácica por videotoracoscopia, são feitas duas pequenas incisões, uma na axila e outra no sulco mamário (dobra de pele abaixo da mama) para localizar o gânglio simpático responsável pela região que se pretende atingir e cauterizá-lo.”
Um dos principais desconfortos que ela pode ocasionar é a hiperidrose compensatória, quando o paciente passa a produzir suor em áreas que não apresentavam sudorese excessiva antes, como costas, virilhas e abdome, mas em pequena quantidade.
A recuperação é rápida. O paciente fica internado apenas um dia e em uma semana já pode voltar ás suas atividades normais.
O Hospital Sírio-Libanês, por meio do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas, realiza a cirurgia de hiperidrose com a mais completa segurança, em um centro cirúrgico preparado e equipado para cirurgias de pequeno a grande porte.