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Novo tratamento contra o colesterol poderá ser opção ao uso das estatinas
Dr Sergio Ferreira de Oliveira
14/12/2022 · 1 min de leitura
Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 40% dos brasileiros têm colesterol elevado. Atualmente, o tratamento indicado para reduzir o chamado colesterol ruim (LDL) é baseado em uma alimentação balanceada, na prática de exercícios físicos e no uso de medicação, geralmente de estatinas.
Mas uma nova classe de medicamentos, ainda em fase de estudos, promete reduzir os níveis de colesterol alterado em até 60% e causar menos incômodos do que as fortes dores musculares que a estatina tem como efeito colateral. Trata-se dos anticorpos monoclonais, capazes de inibir uma proteína que limita a capacidade do fígado de remover o LDL do sangue.
Anticorpos monoclonais
Anticorpos são proteínas produzidas no organismo para ajudar o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e câncer por meio do reconhecimento de antígenos. Com o avanço das pesquisas, passaram a ser produzidos em laboratórios e indicados para tratamento de várias doenças.
O tratamento com anticorpos monoclonais é realizado com aplicações quinzenais, por via subcutânea. “São drogas de alto custo que ainda não estão liberadas no Brasil”, ressalta o dr. Sérgio Ferreira de Oliveira, cardiologista no Hospital Sírio-Libanês.
A expectativa é que o novo medicamento, quando liberado, seja indicado para pacientes que sofrem de hipercolesterolemia familiar, doença grave causada por uma alteração genética que leva ao aumento dos índices de colesterol desde a infância.
Segundo o dr. Oliveira, ainda não há consenso sobre se seu uso poderá ser indicado também para quem tem colesterol resistente ou seja intolerante às estatinas.
Porém, ele alerta que quem faz uso desses medicamentos, mesmo diante de eventuais efeitos colaterais, não deve interromper o tratamento. “Os pacientes que fazem uso dessa medicação precisam ter seu colesterol reduzido para que não desenvolvam uma doença coronária. A falta do medicamento pode deixar a pessoa vulnerável a um espasmo coronário”, explica.
Opção aos medicamentos
“Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o tratamento à base de medicação deve ser recomendado para pessoas com índices de LDL acima de 189 mg/dL”, explica o dr. Oliveira. Indivíduos com níveis entre 130 e 189 mg/dL só devem ser fazer uso de medicamentos quando apresentarem outros fatores de risco associados, como diabetes, por exemplo, que exige controle rigoroso do colesterol.
Uma dieta equilibrada é fundamental para manter o colesterol sob controle. “Uma alimentação saudável, com frutas, legumes, carboidratos integrais e pouca gordura pode reduzir os índices de LDL em até 15%.”
A prática de atividade física é outra importante aliada no controle do colesterol, pois eleva as taxas do chamado bom colesterol (HDL). Segundo o cardiologista, só com o uso de medicação, sem uma dieta adequada ou a prática de exercícios físicos, não é possível alcançar uma redução máxima do colesterol ruim.
Prevenção
A única forma de identificar as taxas de colesterol é pelo exame de sangue, que deve ser realizado a partir dos 20 anos de idade a cada cinco anos.
No caso de pessoas que apresentam histórico familiar de doenças cardíacas ou outros fatores de risco, como obesidade, sedentarismo ou hipertensão, os exames devem ser realizados anualmente. Já os pacientes diagnosticados com hipercolesterolemia familiar devem iniciar o acompanhamento ainda na infância.
Homens a partir dos 40 anos e mulheres a partir dos 50, se não apresentarem histórico familiar de doença coronária nem fatores de risco, podem fazer o exame anualmente.
Para a realização dos exames periódicos, o Hospital Sírio-Libanês tem o Centro de Acompanhamento da Saúde e Check-up, localizado na Unidade Itaim. No centro, profissionais especializados fazem uma avaliação de saúde personalizada, que considera os históricos pessoal e familiar do paciente.
Para os casos em que é necessário um acompanhamento específico com uma equipe de cardiologistas, o hospital conta com um Centro de Cardiologia capacitado para oferecer exames diagnósticos, tratamentos cardiológicos e atendimento em situações mais complexas.