Mais esperanças contra o infarto

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Geração mais eficaz de medicamentos fibrinolíticos passa a ser usada em larga escala no Brasil

Muito trabalho, estresse e má alimentação são características que fazem parte da rotina de parte das pessoas que mora nas grandes cidades. Por conta disso, e devido à melhoria do diagnóstico, o Brasil tem registrado mais casos de infarto agudo do miocárdio nos últimos anos.

Entre 1998 e 2005, o número de internações em decorrência desse tipo de ataque cardíaco cresceu em 65%, enquanto que as mortes subiram 10% de 1998 a 2003, de acordo com o Datasus, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos diante do mal que mais mata pessoas acima dos 40 anos em todo o mundo”, ressalta o médico dr. José Mariani Jr., do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Sírio-Libanês.

Apesar da gravidade, a mudança de alguns comportamentos, já conhecidos pela maioria das pessoas, ajuda a minimizar os riscos de infarto (veja no infográfico abaixo). E a boa notícia é que passou a ser usada recentemente em larga escala no SUS uma geração mais eficaz e segura de medicamentos contra a desobstrução da artéria coronária. Trata-se dos novos medicamentos fibrinolíticos, que vieram beneficiar os pacientes que não têm acesso à angioplastia primária (cateterismo) e aumentar as possibilidades de tratamento do infarto agudo do miocárdio.

Esses fibrinolíticos devem ser injetados o mais precocemente possível na veia da pessoa infartada na tentativa de dissolver o coágulo no interior da artéria. Isso restabelecerá o fluxo de sangue pela artéria ocluída, minimizando os danos ao coração.

Dr. Mariani Jr. tem a expectativa de que esta nova geração de fibrinolíticos possa ser utilizada em grande escala em nosso País, principalmente nas áreas mais remotas e para àqueles pacientes que não têm acesso à angioplastia primária. Com isso, a expectativa é que seja reduzida ainda mais o número de mortes por infarto.

Segundo o médico, esses medicamentos podem ser usados até mesmo no ambiente pré-hospitalar através dos sistemas de emergência que vão oferecer os primeiros socorros ao paciente. Assim, o infartado pode, por exemplo, começar a ser atendido já na sua residência ou no seu trabalho.

“Infelizmente a maior parte dos pacientes ainda não se beneficiou desse tipo de atendimento pré-hospitalar, fundamental quando se trata dessa emergência médica. Quando há um infarto, qualquer ganho de tempo é essencial”, avalia o médico.

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