Visto, lido e ouvido DESDE 1960 Circe Cunha (interina) // circecunha.dftadabr.com.br Um possível novo mundo Marco divisor da história da humanidade. Assim muitos analistas têm denominado o momento atual em que, jamais e em tempo algum, a maioria dos habitantes do planeta se viu obrigada a permanecer presa em suas residências. Por qualquer ângulo que se tente esquadrinhar a história das civilizações, nunca houve um período anterior semelhante, quando, minimamente, os homens foram retidos em casa para escapar de um flagelo externo. A estratégia do passado, para sobreviver às crises profundas, era basicamente fugir para longe. Agora, com o perigo espalhado por todo o canto, a tática é permanecer longe das ruas. A morte, dizem muitos, está lá fora, à espreita. Não só o que parece ser a morte física de muitos, mas o que se anuncia como sero suspiro final de um modelo devida que acostumamos seguir sem pensar. Historiadores ousam afirmar que estamos no limiar de uma espécie de anti-revolução, contrária aos princípios trazidos pela Revolução Industrial do século XVIII, quando a produção em massa e a migração dos campos para a cidade criou uma civilização, induzida pelo poder das máquinas. Em muitos lugares, não são poucos aqueles que têm buscado refúgio, de volta ao campo e à vida simples da labuta com a terra, onde foram plantadas as primeiras sementes de nossa civilização. Por certo, é cedo para confirmar a chegada definitiva de um novo modelo econômico e social. Por certo também, é afirmado que sairemos desse período de retração ao útero, muito melhores moralmente. E por razões simples que sempre marcaram o comportamento humano: as dificuldades, ensinava o filósofo de Mondubim, aprimoram a moral e a ética, fazendo dos bons pessoas ainda melhores. O próprio sentido de grupo e de solidariedade entre as pessoas surge exatamente nesses períodos em que nos vemos afastados de nossos semelhantes. Sempre e em todo lugar os monges, os ascetas, que buscam aprimorar o espírito, invariavelmente eram aconselhados a se retirar, em isolamento e clausura, a fim de buscar no mais profundo de cada um, a fonte de luz e do equilíbrio. Há muito tem se falado sobre um certo processo de infantilização das sociedades, sobretudo daquelas gerações do pós-guerra, onde muitas facilidades foram postas à mesa de todos. Desacostumados a períodos de escassez e de privamentos, nossa sociedade atual parece ter esquecido que essa é, quer queiramos ou não, uma condição inerente à nossa existência sobre o planeta. A impermanência de tudo é a única certeza que possuímos. De fato, para as pessoas, o que mais incomoda não é estar exatamente preso, mas em não poder prosseguir em suas rotinas exatas e massificantes. Acostumados, pela pressão do modelo que construímos, a colher os frutos de nosso trabalho, longe de casa, perdemos esse contato com o lar, o que, para muitos, se tornou um lugar até desconhecido. Até mesmo nosso planeta, tão repetidamente vilipendiado, teremos que encontrar nova maneira de nos relacionar daqui para frente. » A frase que foi pronunciada: “O que é familiar não é conhecido simplesmente porque é familiar.” Hegel (1807), um dos mais influentes filósofos da história Biológica » Um leitor furioso compartilha conosco o aviso que recebeu de uma clínica de fisioterapia que está funcionando normalmente. Além da irresponsabilidade, é inacreditável que pessoas ligadas à saúde desobedeçam às regras em momento de guerra. Pesos e medidas » Por falar em desobedecer às regras, a população faz sua parte e o governo deveria fazer a dele. Nos hospitais públicos de São Paulo faltam máscaras, luvas e outros materiais de proteção aos profissionais da saúde. É bom que os governantes se atentem para as próprias obrigações na mesma medida que as ordens. Em casa » Exames estão suspensos para pessoas saudáveis. A informação é do Hospital Sírio-Libanês, onde apenas 2% das coletas deram positivo. A infectologista Maura Salaroli de Oliveira, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Sírio, quer que o hospital esteja pronto quando a demanda crescer, por isso não há necessidade ou indicação do exame para pessoas sem sintomas, o que ressalta a necessidade de ficar em casa, já que o vírus é assintomático. Voluntariado »Já com 1.461 seguidores no Instagram, o Brasília Maior que a Codvid-19 uniu voluntários para produzir e adquirir material hospitalar. Médico residente do Hospital Universitário de Brasília, Pedro Henrique Morais está mobilizando as pessoas e doações. Avisa que há recibo para os doadores e a prestação de contas é minuciosa. Tudo transparente. Veja no blog do Ari Cunha. Em acão D » Empresas de eventos que trabalham para o governo contabilizam os prejuízos e começam a se unir. Cancelamentos dos eventos já geraram, de imediato, uma série de prejuízos econômicos e afetaram milhares de empregos diretos e indiretos. Na prática » Algumas medidas solicitadas para esse segmento são a isenção de ISS e ICMS também para os promotores de feiras, não negativação de empresas do setor para o Compras Net, liberação imediata do pagamento pelos governos (estadual e municipal, suas secretarias e autarquias, na condição de credor, dos valores de serviços de eventos promovidos, realizados e patrocínios assumidos com empresas e classe artística que ainda se encontram em pendência (2020, 2019 e anos anteriores), e por aí vai. » História de Brasília Em Brasília, as coisas melhoram: bancos na Praça dos Três Poderes, preparativos para arborização na W-3, o Prof. Lúcio Costa permitiu a iluminação da Avenida das Nações, gente trabalhando, Prefeitura agindo. (Publicado em 04/01/1962).