O JN registrou o momento em que os médicos passavam para as autoridades de saúde os detalhes sobre a primeira morte por Covid-19 no país. “O seu site está fora do ar desde as 8 da manhã. Nós passamos direto para o secretário. Ele começou a ter sintomas dia 10, ele não tinha nenhuma, nenhum dado epidemiológico forte, ele não tinha viagem fora do país e ele não teve contato com ninguém que ele soubesse que era confirmado. Isso é muito importante que a gente coloque para as pessoas que a doença está circulando entre todos nós”, dizia ao telefone a infectologista Carla Guerra, diretora da rede Prevent Senior. A rede onde a primeira vítima foi atendida é a Prevent Senior, especializada em idosos, que já tem um número grande de pacientes monitorados e internados aguardando resultado de exames. Segundo os diretores, dos 365 testes foram feitos do dia 9 para cá o resultado veio para apenas 15% deles. Dos 54 exames, 24 deram positivo. O prazo para entrega num dos principais laboratórios de São Paulo hoje está em sete dias. Quem tem sintomas leves está isolado em casa e sendo monitorado pelos profissionais do próprio convênio. Sem poder esperar, os médicos estão internando os casos suspeitos e mais graves a partir dos exames clínicos e de tomografias. “O que a gente tem usado como parâmetro de diagnóstico suspeito é o quadro clínico que o paciente apresenta: uma insuficiência respiratória, uma dificuldade para respirar muito importante e a tomografia que tem mostrado um padrão característico de vidro fosco”, explicou Carla Guerra. “Basicamente são 50 pacientes em internações hospitalares, 30 deles em UTI, mais de 20 deles, na verdade 20 deles exatamente neste momento estão já em intubação e uma característica muito importante é que grande parte desses pacientes que passaram pelos exames estão aguardando o resultado em domicílio, em quarentena. Hoje nós temos um hospital dedicado, já estamos preparando mais um hospital da nossa rede de oito hospitais para poder receber esses pacientes com agravamento do quadro clínico. Nós temos a confirmação de seis óbitos, somente um com a Covid-19. Os outros cinco estão com exames radiológicos e os exames clínicos sugestivos de Covid-19 aguardando o resultado do exame”, disse o médico Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior. A maioria dos internados tem mais de 60 anos, mas um dos pacientes tratados na UTI com suspeita da Covid-19 tem 33 anos e problemas respiratórios anteriores. A maioria dos contaminados pelo novo coronavírus terá apenas sintomas leves e nem vai precisar de internação. Mas os pacientes muito graves, que são cerca de 6% dos doentes, têm precisado da UTI, um recurso que dificilmente temos sobrando. Por isso é tão importante evitar uma escalada rápida da epidemia. Segundo o Ministério da Saúde, o país tem 55.101 leitos de UTI para todas as doenças, cerca de metade para pacientes do SUS. Os outros leitos são particulares, mas atendem apenas a 25% da população que tem acesso a planos de saúde. Nas unidades de terapia intensiva, o principal equipamento para os pacientes mais graves é o respirador. O pulmão comprometido precisa de ajuda para fazer a oxigenação do sangue. No mundo todo o tempo de recuperação tem sido longo. “Em média, eles acabam ficando internados entre duas ou três semanas para ter uma recuperação de um quadro grave e a principal indicação para esses pacientes irem para uma Unidade de Terapia Intensiva é um quadro de insuficiência respiratória”, explicou Maurício Henrique Claro dos Santos, médico intensivista do Hospital Sírio-Libanês. Tanto no setor público quanto no privado, o esforço é para aumentar a capacidade de atendimento nas UTIs. O coordenador do centro de contingência do coronavírus em São Paulo, David Uip, afirmou que, para atender a população que depende do SUS, serão criados mais leitos. “Este primeiro momento impactou o serviço privado, mas é questão de dias e horas para impactar o serviço privado. Nós estamos nos preparando para adicionar aos 7.200 leitos de UTI mais 1.400 no primeiro momento”, afirmou Uip “É essa a nossa grande preocupação. Por isso, estamos orientando nossos beneficiários que são mais idosos que fiquem em suas casas, que não circulem, que não vão na farmácia, na padaria, que eles fiquem em casa restritos. Qual é a nossa grande preocupação? Se todo mundo ficar doente neste primeiro momento, nenhum serviço de saúde vai ter condição de cuidar de todos ao mesmo tempo”, disse Carla Guerra. Na noite desta terça-feira, David Uip disse que é natural o descompasso entre o diagnóstico do laboratório e a notificação de casos da Covid-19; que a demora para sair resultados ocorre porque muita gente fez exame sem indicação; e que os laboratórios, a partir de agora, devem priorizar os exames de pacientes internados e dos profissionais da saúde. “O seu site está fora do ar desde as 8 da manhã. Nós passamos direto para o secretário. Ele começou a ter sintomas dia 10, ele não tinha nenhuma, nenhum dado epidemiológico forte, ele não tinha viagem fora do país e ele não teve contato com ninguém que ele soubesse que era confirmado. Isso é muito importante que a gente coloque para as pessoas que a doença está circulando entre todos nós”, dizia ao telefone a infectologista Carla Guerra, diretora da rede Prevent Senior. A rede onde a primeira vítima foi atendida é a Prevent Senior, especializada em idosos, que já tem um número grande de pacientes monitorados e internados aguardando resultado de exames. Segundo os diretores, dos 365 testes foram feitos do dia 9 para cá o resultado veio para apenas 15% deles. Dos 54 exames, 24 deram positivo. O prazo para entrega num dos principais laboratórios de São Paulo hoje está em sete dias. Quem tem sintomas leves está isolado em casa e sendo monitorado pelos profissionais do próprio convênio. Sem poder esperar, os médicos estão internando os casos suspeitos e mais graves a partir dos exames clínicos e de tomografias. “O que a gente tem usado como parâmetro de diagnóstico suspeito é o quadro clínico que o paciente apresenta: uma insuficiência respiratória, uma dificuldade para respirar muito importante e a tomografia que tem mostrado um padrão característico de vidro fosco”, explicou Carla Guerra. “Basicamente são 50 pacientes em internações hospitalares, 30 deles em UTI, mais de 20 deles, na verdade 20 deles exatamente neste momento estão já em intubação e uma característica muito importante é que grande parte desses pacientes que passaram pelos exames estão aguardando o resultado em domicílio, em quarentena. Hoje nós temos um hospital dedicado, já estamos preparando mais um hospital da nossa rede de oito hospitais para poder receber esses pacientes com agravamento do quadro clínico. Nós temos a confirmação de seis óbitos, somente um com a Covid-19. Os outros cinco estão com exames radiológicos e os exames clínicos sugestivos de Covid-19 aguardando o resultado do exame”, disse o médico Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior. A maioria dos internados tem mais de 60 anos, mas um dos pacientes tratados na UTI com suspeita da Covid-19 tem 33 anos e problemas respiratórios anteriores. A maioria dos contaminados pelo novo coronavírus terá apenas sintomas leves e nem vai precisar de internação. Mas os pacientes muito graves, que são cerca de 6% dos doentes, têm precisado da UTI, um recurso que dificilmente temos sobrando. Por isso é tão importante evitar uma escalada rápida da epidemia. Segundo o Ministério da Saúde, o país tem 55.101 leitos de UTI para todas as doenças, cerca de metade para pacientes do SUS. Os outros leitos são particulares, mas atendem apenas a 25% da população que tem acesso a planos de saúde. Nas unidades de terapia intensiva, o principal equipamento para os pacientes mais graves é o respirador. O pulmão comprometido precisa de ajuda para fazer a oxigenação do sangue. No mundo todo o tempo de recuperação tem sido longo. “Em média, eles acabam ficando internados entre duas ou três semanas para ter uma recuperação de um quadro grave e a principal indicação para esses pacientes irem para uma Unidade de Terapia Intensiva é um quadro de insuficiência respiratória”, explicou Maurício Henrique Claro dos Santos, médico intensivista do Hospital Sírio-Libanês. Tanto no setor público quanto no privado, o esforço é para aumentar a capacidade de atendimento nas UTIs. O coordenador do centro de contingência do coronavírus em São Paulo, David Uip, afirmou que, para atender a população que depende do SUS, serão criados mais leitos. “Este primeiro momento impactou o serviço privado, mas é questão de dias e horas para impactar o serviço privado. Nós estamos nos preparando para adicionar aos 7.200 leitos de UTI mais 1.400 no primeiro momento”, afirmou Uip “É essa a nossa grande preocupação. Por isso, estamos orientando nossos beneficiários que são mais idosos que fiquem em suas casas, que não circulem, que não vão na farmácia, na padaria, que eles fiquem em casa restritos. Qual é a nossa grande preocupação? Se todo mundo ficar doente neste primeiro momento, nenhum serviço de saúde vai ter condição de cuidar de todos ao mesmo tempo”, disse Carla Guerra. Na noite desta terça-feira, David Uip disse que é natural o descompasso entre o diagnóstico do laboratório e a notificação de casos da Covid-19; que a demora para sair resultados ocorre porque muita gente fez exame sem indicação; e que os laboratórios, a partir de agora, devem priorizar os exames de pacientes internados e dos profissionais da saúde.